segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Murmúrio

Eu insisto e procuro caminhando no escuro, como um estúpido discutindo com o muro. Pois eu escuto somente do que me ocupo. Da minha mente eu me escondo e minto aos poucos, quando num copo de vinho tinto misturo o sujo com o puro. Depois me deito cansado, aninhado feito um escravo no meio dos pomares, esperando a manhã, sonhando com a vontade que emana crua ao ouvir o escândalo da Verdade nua, cujo defeito é que escapava como pó entre os dedos, escorre sob a ponte e se esquiva na outra esquina. Mas a Verdade é espada que rompe qualquer escudo, pois não é dentro do corpo que está o sangue de quem oculta um corte. A Verdade mora à porta que dá poderes àquele tem a sorte de querer viver.

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