terça-feira, 12 de junho de 2012

Fuga

O medo pensa que é poesia
E me narra como herói
Numa vida de maresia
Amarra o falso ao que dói

E só quando o relógio morrer
É que o mesmo anestesia
Tic... Tac... A percorrer
"É lógico!" ele próprio me dizia.

E de repente, repete... Tudo o que quiserem
Desisto... Disto e de tudo, que eu quiser
Quando os grandes desafios chegarem
Estarei distante. De tudo o que eu fizer

sábado, 9 de junho de 2012

A Forca

Enquanto minhas cascas se perdem ao redor de meus passos endiabrados, vai, de sobras a restos, nascendo, como um sol, a substância nuclear do que me faz, e, ainda assim, não me mostra. Quando então a encruzilhada não te oferece nem coleira, nem colar. Apenas a corda. Acorde.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lua

Nessa brincadeira de repartir olhares
Até, lentamente, descolar nossas mãos
Calados, mergulhados em todos os detalhes
Das camadas, camas e chãos
Daqueles, meus e seus,
Beijos... que se desfazem jamais
E quando o fazem, basta repetir


E mesmo sem dizer adeus, a cada dia mais
Menos quero te deixar partir

Nome e Idade

As letras já não rimam com os números
Mas tudo bem, não procure saber
Pois detalhes muito grandes são efêmeros
E também não têm onde caber...

Não sei nem sou
E quando digo que vou
É porque sou onde e quando.

E às vezes eu não sou
Mas não deixo de ser
Pois sou você...

E quando eu for meu nome
Deixarei de crer
Em tudo que podia ser.

E o que você acredita com esmero,
Eu sou, do fundo, do tudo
Mesmo por um segundo, contudo,
Sou onde e quando, um mero
Nada...